Palavra do Diretor

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Faculdade Católica do Maranhão

13/06/2024, 22:33

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A pós-modernidade, nomenclatura para dizer do tempo que corre, marca profundamente a maneira de viver de cada ser humano, isto é, a trama da história humana, na dramática da existência. Assim sendo, fugir das interpelações que esta mesma realidade nos interpõe é a única via dispensável, visto que não serve como parâmetro ou baliza das multifacetadas respostas a que somos chamados a engendrar. Por isso, para o Papa Francisco: “torna-se necessária uma educação que ensine a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores” (EG 64).


Engendrar é o mesmo que conceber na imaginação, esta que é a fonte de inspiração de todos os valores. Efetivamente, tudo quanto há de bom, belo e vital são inventivas humanas que nascem no e do pensamento. Palavras, formulações conceituais, postulados filosóficos, técnicas e ações, tudo isto são antepostos à nobre tarefa do pensar. Encontra-se, portanto, neste fio condutor a razão existencial desta instituição de ensino, requerendo de cada pessoa o relevante esforço de compreender e fazer daqui: um lugar que cultua o saber emoldurado pelo sentido humanístico.


O saber a ser descortinado não pode ser resumido na codificação ou decodificação de algumas palavras, menos ainda, na abstração de conceitos, mas, num saber que possibilite novos saberes, permeando, assim, o entre – lugar, ou seja, a demarcação da necessidade de novos olhares, novas interpretações tanto dos modos de vida humana quanto da globalização do mundo e das culturas nele presentes. Diante disso, vale o pensamento do Rogério Renato Mateucci, reitor da PUCPR, segundo o qual, a academia é: “antes de tudo, um agente social. Isso significa que ela está inserida nos contextos e é influenciada pelas demandas e anseios da sociedade, à qual ela também é chamada a oferecer soluções e orientações, seja no campo científico quanto ético e político”.


Outrossim, na era que nos toca viver, desvendar sensatos modelos de vida para a humanidade é, sem dúvida, uma graça a ser atingida. Ora, para citar algumas de suas marcas, a pós-modernidade, tempo de progressivos avanços técnico-científicos e da comunicação digital em formatos variados, desafia o estudante e a comunidade acadêmica a embasarem-se sobre duas fundamentais pilastras: a sabedoria acumulada no largo da tradição e a fé para além da imanência, isto é, em Deus, arquétipo de tudo. No entanto, trata-se, de assentar nestas pilastras como vivos e terrenos, históricos e circunstanciais, nunca etéreos ou flutuando como muitos desejam!


Dessa maneira, importa reforçar entre nós o apreço pela profundidade, senso crítico e sentido humanitário, aspectos próprios da natureza acadêmica. E o espírito acadêmico é isto: não contentar-se com o que já está posto, saber-se aventureiro de novas possibilidades, transitar sem a pretensão da absoluta verdade e, na premente era, entrecruzar saberes pela força do diálogo que nos faz competentes para lidar com os velhos e novos desafios, condição de possibilidade para o alvorecer da humanidade que matuta, engendra e se renova!


Prof. Me. Pe. Iran Gomes Brito
Diretor Geral